quinta-feira, 16 de abril de 2009

Yellow Sky

Primavera curta dura fria. Quente, esse arrepiante instante de continuar a querer. Espera por aquele momento fugaz, ele foge entre dentes, humede as mãos. O seco na garganta a voz que não sai, o arranhar leve, o vento que tantas vezes nos trai. Olha o chão desavindo, a primeira lágrima que lhe toca, não mente, o contorno da água que lhe dá a vida, e cresce, e não se vende.

Cantorias ausentes, dentro de uma televisão doente, cantares azedos, a melodia está fora de prazo, ninguém se apercebe, e o sorriso é escutado algures, apreciado. Tão diferente do riso melancólico, irónico, que se pega, amena epidemia, que troca as voltas e renega o choro, bramido, contido, contente.

Esperança, volta, perfilha, renega, repentismo ousado, voltar destemido, no fundo do mar espera quem nunca queria ter para lá ido. Quem vai e não vem a mais não é obrigado, jaz refinado no sal que a água leva mas já não traz.

Voltei a sonhar, acordei perdido, o pensamento voraz consumia-me. Eras tu que lá estavas, és tu que estás aqui...ao lado, a respiração é tão tua, o cheiro tão teu, ninguém imagina o tudo que dava para que continue a ser meu. Encontrei-me acordado não volto a perder-me, se tivesse sonhado, o perfeito estaria longe...

3 comentários:

nuno medon disse...

Olá! O texto está lindo! foste tu que escreveste ou leste o texto em algum livro? Um abraço e obrigado pelos comentários! Bom estudo e bom fim de semana!

MissKitsch disse...

A ti o que te salva é a boquinha, não é?
Já dizia o outro com a uva descomunal... Ou isso ou lês muitos livros.
One or the other.

Rei!

kate disse...

Cheguei ao teu blog atraves do blog do nuno Medon.
Voce escreve muito bem.
Abraços