Esperei por aquele momento.
Discuti com todos o propósito, o interesse, não imaginava que conseguissem perceber o que queria, mas lá no fundo, bem no fundo, todos eles queriam o mesmo que eu.
Abri uma garrafa de gin, o cheiro, o sabor amargo, inundavam-me de recordações que preferia esquecer, ou lembrar de maneira diferente. O som da água tónica a misturar-se com o gin, o fervilhar, e no fim o toque do limão, talvez o mais doce, o que pensava ser o mais doce.
Sentei-me, ninguém me olhava, ninguém percebia o terrível desgosto, não lhe chamaria desgosto, continuaria a chamar-lhe medo. Ainda não tinha passado, percebia o erro, uns diriam que seria tarde, outros diriam talvez cedo, e eu a pensar que não errava.
Bebi o copo de um trago, o som da abertura da garrafa voltava a fazer-se ouvir, aquele quente desenroscar, o leve bater do gin enchendo o copo até meio...o ritual.
Prometi a mim mesmo que seria o ultimo, lá fora esperavam-me, imbecilmente tomei-os por tontos, ninguém faria isso.
Bati a porta, olhavam-me de soslaio, fixei-os um a um, não falei. As perguntas começaram a saltar, a sofreguidão com que procuravam respostas confundia-me. Nunca os cheguei a perceber, agora muito menos. Virei as costas, senti os seus olhares admirados, a porta continuava a ser a fronteira da paz, da liberdade. O gin no bolso, chamava-me...cerrei os olhos, não valia a pena voltar. Fechei a porta, no escuro já ninguém me olhava, ninguém me inquiria. Quem eram ?Que queriam?
Toquei na garrafa de gin, experimentei-lhe a forma, a temperatura. Que faz ela aqui pensei?
Nem bebo gin...
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
:big thumbs up:
gualter, este tá forte tá! gosto!
gin faz-me lembrar grandes carroças na expo, idos de q... 99? nos jardins das águas, esse planeta colonizado por um povo bárbaro.
era bosford's, agora me lembro...
tb n curto gin, mas na altura um gajo bebia tudo, putos bêbados!
vá carlos cruz abraço
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